No último final de semana prolongado, pudemos ver nos noticiários as agressões ocorridas nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Quatro jovens foram agredidos na Avenida Paulista, em São Paulo, e um jovem foi baleado no Rio de Janeiro após a parada gay. Embora tenha sido negado pelos agressores, em ambos os casos há fortes indícios de que as agressões tenham ocorrido por homofobia, ou seja, por preconceito.
No caso das vítimas em São Paulo que foram agredidas por quatro jovens de classe média, eles relataram que os jovens partiram em direção a eles e começaram a agredir sem justificativas, apenas os chamando de ‘bichas’, ‘maricas’. O jovem baleado no Rio relata que um grupo de jovens gays foram ofendidos e humilhados por quatro militares. Os demais jovens foram liberados, mas ele e o parceiro ficaram retidos no local porque o seu companheiro estava sem o RG. Nesse momento foi empurrado e levou um tiro na barriga.
Situações como essas, embora sejam muito mais comuns do que possamos imaginar, nos chocam ao nos depararmos com a agressividade gratuita movida pelo desrespeito às diferenças e pelo preconceito.
A livre expressão é garantida pela constituição em países democráticos como o Brasil e consiste no direito da pessoa manifestar livremente opções, idéias e pensamentos. Entretanto este não foi sempre um direito garantido às pessoas no país. No período dos governos militares, a censura foi utilizada como forma de conter e impedir a publicação de determinadas informações que eram tidas pelo governo como ameaçadoras. Esse período foi marcado por extrema violência e forte repressão à liberdade de expressão. Na atual Constituição Federal, promulgada em 1988, várias inovações foram conferidas em relação a liberdade de manifestação do pensamento, dando maior amplitude no rol de direitos e garantias individuais.
Embora a liberdade de expressão seja um direito hoje garantido em constituição, ainda vemos constantemente manifestações de intolerância e extremismos.
Se expressar livremente, poder manifestar idéias e desejos em todos os espaços, acaba sendo confundido pelas pessoas como possibilidade de se fazer o que se bem entende sem se pensar que vivemos em uma sociedade, por isso, é necessário respeito ao espaço do outro e respeito às diferenças. Se expressar livremente acaba sendo entendido por passar por cima do outro. E nesse sentido, o que era para ser vivido como algo positivo, o fazer valer os nossos direitos, acaba se tornando manifestações violentas de radicalismo e preconceitos. E isso se dá por diversos grupos de ambos os lados como os gays, os negros, as mulheres, os pobres, os ricos, os cristãos, os muçulmanos.
Sociedade pode ser definida como o conjunto de pessoas que compartilham propósitos, gostos, preocupações e costumes, e que interagem entre si constituindo uma comunidade. Vale pararmos e refletirmos o quanto temos contribuido para a vida em sociedade ou o quanto temos contribuído para a disseminação da intolerância e preconceitos.
Valdeli e Ana Angélica
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
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