Não houve erro de digitação, o que você leu é verdade: existe depressão pós-parto masculina, e embora desconhecida, costuma atingir um em cada dez homens no período entre o início da gestação da mulher até o bebê completar um ano. Estes dados acabam de ser publicados no "Jama", periódico da Associação Médica Americana consistindo em uma revisão de 43 estudos com 28 mil participantes. Nos Estados Unidos, a taxa de prevalência é de 14%, porém no Brasil ainda não temos estudos concluídos que nos parmitam uma comparação adequada. O estudo aponta também a existência de correlação entre a depressão pós-parto masculina e a depressão pós-parto feminina.
Entre os vários fatores que podem funcionar como desencadeador desses casos podemos destacar:
- insegurança do pai em relação aos cuidados com o bebê
- insatisfação pela dificuldade em ter uma participação mais ativa nos cuidados com o mesmo
- insatisfação relacionada à vida sexual do casal nesse período
- dificuldades em se adaptar à nova situação
- dificuldades em identificar e compreender as novas necessidades de cuidados e afetos da mãe
- dificuldades em se adaptar às instabilidades de humor da mãe nesse período
- sentimentos de exclusão na relação mãe-bebê
- situação econômica familiar após o nascimento da criança.
A identificação do quadro pode se dar através da observação do comportamento do pai, principalmente se este manifesta sentimentos de competitividade com o bebê (ou se o ignora), se começa a passar mais tempo fora de casa e se tem comportamentos no sentido de afastar a mãe do bebê.
O auxílio terapêutico é o mais indicado em casos leves, porém em pacientes que já apresentem um agravamento do quadro, o acompanhamento médico é imprescindível.
É necessário atenção a este quadro, uma vez que dificuldades emocionais em um ou ambos os pais, certamente terão um impacto no cuidado com a criança, podendo gerar dificuldades também nesse período inicial de desenvolvimento emocional.
Valdeli e Ana Angélica
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